Vencedor, este foi o adjetivo empregado pelo Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, referindo-se a Felipe, adolescente adventista ferido em acidente de explosão em um cofre. A seguir, a reportagem veiculada no referido jornal. O que foi noticiado em outro jornal local já foi mostradona última postagem.
A volta ao lar do vencedor Felipe
Após seis meses internado, garoto ferido na explosão do cofre está em casa. E está feliz
Marildes, Felipe e Jorni: união dos Hertz está ajudando a superar o drama
Depois de superar 20 cirurgias nos seis meses em que ficou internando no Hospital de Pronto-socorro de Porto Alegre para tratar das queimaduras sofridas durante a explosão de um cofre, o estudante Felipe Vargas Hertz, 14 anos, recebeu alta e voltou para sua casa no Bairro Vila Verde. Ainda se recuperando, na noite de ontem ele retornou a Porto Alegre, pois hoje tem a primeira consulta médica fora do HPS.
Apesar de estar iniciando uma nova fase do seu tratamento, Felipe pode ser considerado um vencedor. Quando chegou ao HPS, ele tinha apenas 1% de chance de sobreviver. O garoto sofreu queimaduras em 78% do corpo. O seu irmão mais velho, Jorni Alfredo Hertz Júnior, 17, perdeu a vida no acidente ocorrido na indústria de implementos agrícolas Hertz, na Rua Alarico Ribeiro, no Bairro Oliveira.
Ainda se recuperando, ele saiu do hospital na quarta-feira passada, quando foi recepcionado com festa no apartamento em que a família estava residindo, em Porto Alegre, por alguns amigos jogadores do Esporte Clube São José. Os jogadores de futebol moram no mesmo prédio onde a família residiu nestes seis meses e ficaram amigos dos Hertz, inclusive visitando e orando por Felipe no HPS.
Os atletas prepararam um churrasco para esperar o estudante, com picanha assada e Coca-cola, que era um desejo de Felipe quando ainda estava hospitalizado. Após passar seus primeiros três dias depois de alta na capital, na madrugada de domingo Felipe retornou a Cachoeira do Sul, acompanhado pelos pais Jorni Alfredo Hertz e Marildes Vargas Hertz e do irmão Samuel.
Na consulta de hoje, Felipe espera saber quanto tempo ainda deve prosseguir em tratamento e quantas cirurgias plásticas ainda deve fazer. Quando deu entrada no HPS, as primeiras operações foram para retirar a pele morta. Depois, Felipe passou a ser submetido a cirurgias plásticas para enxertos de pele no corpo. A pele era retirada do próprio Felipe, principalmente da barriga, para ser usada em enxertos nas partes mais atingidas pelas chamas, como as costas.
NATURALIDADE - “A barriga doou três. Eles retiraram ainda do pé, da perna e da coxa”, relata Felipe, que, apesar de ser um adolescente, conversa com naturalidade sobre o acidente e sabe que por pouco não perdeu a vida. “Quando estiver em uma situação difícil, como eu estava, acredite em Deus que Ele vai lhe ajudar a superar”, frisa Felipe. O garoto, que estuda no Colégio Diva Costa Fachin, frequenta a Igreja Adventista.
UMA PERGUNTA
O que mais preocupava quando Felipe deu entrada no HPS?
O que mais preocupava quando Felipe deu entrada no HPS?
O estudante Felipe Vargas Hertz não chegou a sofrer queimaduras internas quando foi atingido pela explosão do cofre. As chamas queimaram 78% do corpo dele, sem atingir apenas os pés e a área genital. O problema é que todo o soro que Felipe recebia não ficava no corpo, pois não havia pele para reter líquidos. Assim, os médicos que atendiam o menino tinham receio que os rins parassem de funcionar e isso afetasse outros órgãos, provocando a morte. Ele chegou a permanecer várias semanas em coma induzido durante o tratamento.
>> IMPORTANTE
Bastante religiosa, a dona de casa Marildes Vargas Hertz salienta que Deus teve um papel fundamental na recuperação do filho Felipe Vergas Hertz. “Eu entreguei a vida do meu filho a Deus". Ela observa que correntes de orações foram feitas por todo o país após o drama de Felipe ficar conhecido através da internet. “É preciso acreditar, ter fé. Quando a gente se agarra a Deus, Ele faz milagre. Eu escutei dos médicos que o Felipe tinha apenas 1% de chance de vida. Era o que o Felipe precisava”, destaca Marildes. A família pretende fazer um grande culto em Cachoeira do Sul, em data não definida, para agradecer por Felipe estar vivo e se recuperando.
Bastante religiosa, a dona de casa Marildes Vargas Hertz salienta que Deus teve um papel fundamental na recuperação do filho Felipe Vergas Hertz. “Eu entreguei a vida do meu filho a Deus". Ela observa que correntes de orações foram feitas por todo o país após o drama de Felipe ficar conhecido através da internet. “É preciso acreditar, ter fé. Quando a gente se agarra a Deus, Ele faz milagre. Eu escutei dos médicos que o Felipe tinha apenas 1% de chance de vida. Era o que o Felipe precisava”, destaca Marildes. A família pretende fazer um grande culto em Cachoeira do Sul, em data não definida, para agradecer por Felipe estar vivo e se recuperando.
AtençãoO estudante Felipe Vargas Hertz ainda apresenta marcas das queimaduras em todo o corpo. Não existe previsão de quando ele deve concluir o tratamento. Em razão dos enxertos de pele, o garoto ainda não pode ficar exposto do sol. Além disso, o seu quarto foi pintado com tinta antibacteriana para evitar que outros problemas possam afetar a saúde de Felipe. Ele se alimenta normalmente e já caminha sozinho, apesar de ainda estar fazendo fisioterapia.
Polícia investiga a explosão que causou a morte de um dos irmãos e os ferimentos do outro
Família agradece a ajuda de todos
Diante da tragédia que abalou a família, o empresário Jorni Alfredo Hertz, 50 anos, salienta que o apoio de pessoas que sequer conhece foi fundamental para superar a perda do filho Jorni Alfredo Hertz Júnior, 17, e para seguir a luta pela vida do filho Felipe Vargas Hertz, 14. “A gente agradece a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, seja nos confortando, ajudando financeiramente ou orando pela nossa família, nos estenderam a mão”, frisa Hertz. Ele observa que estas pessoas deram o suporte necessário para a família enfrentar todo o drama que está passando. Ainda abalado, Hertz fala pouco sobre o acidente, mas afirma que não sabia que havia explosivo no cofre, que estava há pelo menos 10 anos no pátio de sua empresa. O Ministério Público solicitou para a Justiça o perdão judicial para Hertz, pois, apesar de entender que ele pode ter sido negligente ao armazenar o cofre sem saber o que havia dentro, já sofreu mais do que qualquer castigo que possa ser imposto pelo Judiciário.
Felipe virou colorado
Antes do acidente, o estudante Felipe Vargas Hertz, 14 anos, torcia pelo Grêmio junto com seu pai, o empresário Jorni Alfredo Hertz, e com o irmão, Jorni Hertz Júnior, que acabou falecendo. Internado no Hospital de Pronto-socorro de Porto Alegre, o garoto acabou trocando de time e agora torce para o Inter, principal rival do tricolor.
A decisão ocorreu após ele receber as visitas dos jogadores Índio, que joga no Inter, e Fabiano Eller, que já defendeu o colorado e está no São José de Porto Alegre. Os dois são evangélicos e foram até o HPS orar por Felipe. Eles ficaram amigos e deram camisetas do Inter para Felipe, que passou então a torcer pelo colorado.
LIBERTADORES - Hoje à noite, o garoto promete estar sentado em frente à televisão para torcer pelo Inter contra o Once Caldas, jogo valendo a vaga na fase de grupos da Copa Libertadores. E o Grêmio não ficou nem como segundo time de Felipe, pois agora o estudante é fiel torcedor do Zequinha de Porto Alegre, pois fez amizade com os jogadores do clube enquanto esteve internado no HPS. Bem humorado, o garoto brinca, questionando o que é trocar de time para quem já trocou de pele.
ENTREVISTA
Felipe Vargas Hertz, 14 anos, estudante
Felipe Vargas Hertz, 14 anos, estudante
Mãe e filho: garoto acredita que sua recuperação é prova da existência de Deus
Por que você decidiu tentar abrir o cofre?
“A gente se criou com aquilo ali. A gente sempre tinha curiosidade de abrir. A gente nunca tinha tentando antes”.
E você sabia lidar com a esmerilhadeira?
“Sim. Já tinha lidado antes. Sempre fomos para a firma para arrumar as nossas bicicletas”.
Você se lembra como foi a explosão?
“Eu estava tentando abrir o cofre. O manão estava pintando a bicicleta. Aí saiu uma fumaça branca por baixo do cofre. Eu virei e tentei correr, mas o manão foi ver. Aí explodiu”.
Do que mais você se recorda?
Do que mais você se recorda?
“Fiquei em pé esperando a Samu para me levar para o hospital. Quando estava no hospital, aqui no HCB, eu estava em uma maca e o manão na outra. Eu olhava ele e não consegui ver o rosto. Aparecia uma luz muito forte no rosto dele. Acho que era alguma proteção divina para mim não ver o rosto dele queimado”.
Como você passava o tempo no hospital, em Porto Alegre?
“Ficava assistindo televisão e jogando videogame. Conversava com os meus pais e com o meu irmão e conversava com os amigos pelo MSN. Fazia a fisioterapia”.
Do que você mais sentia falta durante a internação?
“Do manão. De jogar futebol com os meus amigos, de andar de bicicleta. De ir para a escola”.
Como está sendo superar a morte do seu irmão Jorni?
“Difícil. Esta é a pior parte de tudo. Fazia tudo com o manão. Sinto falta dele todos os dias”.
Explosivos que causaram o acidente com os irmãos Hertz na zona norte da cidade
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